quinta-feira, 21 de março de 2013

Você tem medo de que?



Medo, segundo o dicionário Aurélio, medo é um sentimento de viva inquietação ante noção de perigo real ou imaginário. 
Geralmente nossas fobias começam em nossa infância, algumas incentivadas por adultos, outras alimentadas dentro nós, sabe lá Deus o porque...
Eu nunca fui das mais medrosas, não tenho medo de escuro, acredito que nunca tive. Sempre gostei de histórias de terror, inclusive, tenho verdadeira paixão por filmes do gênero e games então, nossa, quanto mais assustador mais interessante. Porém, tenho meu estilo de terror, gosto de terror a lá Zé do Caixão, acho muito melhor uma porta que se fecha, sem motivo nenhum aparente, do que um corpo coberto de sangue, porém é muito comum as pessoas confundirem uma espécie de nojo com medo. Por exemplo, tenho o maior nojo de baratas, mas não tenho medo, da mesma forma que ver viceras e sangue espalhados, isso dá nojo, não medo.
Eu, tenho quatro medos insanos, desses que eu sempre procurei explicação, mas não encontro nada plausível, talvez um bom terapeuta conseguisse encontrar a origem deles, mas por hora, me contento em apenas falar sobre a existência deles, sem entender sua origem.
Flor de maracujá (enquanto busco essa imagem, estou toda arrepiada)
Muitos acham essa florzinha de uma beleza incrível, e é até um elogio ser chamada de flor de maracujá. 
Eu, por minha vez, vejo um perigo mortal. Pior que um monstro, na verdade, isso pra mim é um monstro, um bicho nocivo, e me lembro de ter pavor dessa florzinha aí, desde que me entendo por gente.
Se eu passo por um pé de maracujá, eu não olho para ele, se tem uma flor, tenho ataque de pânico, já saí correndo, se não posso fazê-lo, começo a suar frio e a tremer.
Ta eu sei, é só uma florzinha, aqui, consciente, eu consigo assimilar isso, ma na hora do vamos ver, minha sanidade para de responder.

Borboletas 
Outro medo, completamente sem noção.
Ter uma borboleta no mesmo ambiente, para mim, é aterrorizante.
Sei, elas não podem me fazer mal, porém...eu não tento explicar...só sei que tenho medo.
Ontem mesmo uma apareceu na janela do banheiro, durante o banho, e meu coração quase saiu pela boca, a vontade era de sair dali o mais rápido possível.
E o meu medo é tão absurdo que acabei passando ele, ou parte dele, para minha filha mais velha.
Certa vez, estávamos chegando ao posto de saúde do bairro, para levar minha filha menor a uma consulta de rotina, No momento em que estávamos entrando pela porta da recepção, Cecília deu um grito tão desesperado que os médicos saíram de seus consultórios pra ver o que estava acontecendo.
Olhei pra ela, que estava sem cor, olhando pra minha calça, apontando a borboleta que tinha pousado em mim. Tremendo e controlando meu pânico, dei um tapa na borboleta, e fingi que nada tinha acontecido, dali em diante, precisei me policiar na frente dela, para que ela não herdasse meu medo maluco.
Hoje ela gosta dessas coisinhas com asas, mas pra mim...isso ainda é fonte de muito medo!

Palhaços
Seja sincero, existe coisa mais aterrorizante que um palhaço? Esse sorriso desenhado, esse fingir estar sempre feliz.
Palhaços pra mim são macabros, a verdadeira face do mal!
Ta...esse medo eu entendo, um pouco...
Começou na primeira vez que fui ao circo, na época, esses circos de bairro chamavam as crianças pra brincar no picadeiro.
E eu fui uma das crianças escolhidas, e um palhaço presidia a brincadeira, porém cada eliminado era conduzido até a arquibancada novamente, pelo palhaço, que corria atrás delas com um taco de baseball na mão...e eu fui uma das crianças perseguidas...
E por fim...minha adorável irmã, que fez com que eu assistisse com ela, "it, obra prima do medo"
Bem, se vc assistiu a esse filme antes de completar 10 anos, assim como eu, certamente vc tem pavor de palhaços e de balões de festa...

Solidão 

Certa vez, ouvi de um professor de faculdade, que ele confundia fácil, estar sozinho,  com solidão, por isso ele evitava ficar desacompanhado, pois estar só, fazia muito mal a ele. Na época, eu sinceramente não o entendia, eu, que vivia sozinha, que tinha prazer nisso.Com o tempo, entendi o que ele quis dizer. E hoje, esse é um dos fantasmas que mais me assombram...
Tive um vizinha em minha infância, eu brincava na casa dele, e ele fez várias coisas para a minha mãe, pois ele era marceneiro, o sr Norberto. 
Ele morava sozinho, e isso parecia não importar, pois muitas vezes seus filhos vieram morar com ele, e pouco tempo depois, ia embora.
Certa noite, minha mãe chegou e me perguntou se eu não tinha vida um tumulto na rua, eu neguei com a cabeça, e ela me contou que encontram seu Norberto morto, sentando na poltrona, pelo estado do corpo, fazia dias que ele havia falecido. 
Ele teve um derrame, se alguém estivesse ali, hoje, ele estaria vivo, mas não, ele não fazia falta para ninguém, pois ninguém notou que ele não abriu a marcenaria, ninguém ligou pra ele, e viu que ele não atendia mais ao telefone, ninguém o visitou!
Ele foi descoberto por acaso, por uma criança...

Sei que ninguém é indispensável, entendo que todo ser humano é descartável, mas tenho medo de não ter cativado ninguém...de ter tido uma vida tão miserável que ninguém sinta a minha falta, de não ser especial pra ninguém...
E não me diga que ter filhos faz de você único para alguém, pois nós sabemos que isso não é verdade...
Enfim, meu maior medo, e acredito que esse medo, deva ser um dos maiores medos do mundo, acima inclusive do medo da morte.
Porque para morrer, basta estar vivo...
E para ser solitário? Basta o que?



Um comentário:

  1. Eu tb nao gosto de palhaços, realmente a flor de maracuja é bem estranha. Bjs

    ResponderExcluir