sábado, 9 de julho de 2011

Please Blue Fairy Make Me Real



A escola, pra uma pessoa, pode ser o evento mais traumático de sua vida, e um professor, pode ser o pior carrasco o ser mais nocivo que alguém pode encontrar pelo caminho! O professor de educação infantil então, nem se fala, ele pode ser responsável por muitos problemas psicológicos futuros!!!
Mas o primeiro dia de aula, é um dia inesquecível e cheio de expectativa, apesar de um evento anual, ele é tão importante que até parece que só acontece uma vez na vida, porém ele é bem diferente em cada etapa que vivemos...
Nos primeiros anos, ele é mais assustador do que legal... você não conhece ninguém, tem medo de tudo e o pior, vai existir um adulto mandando em você, que não é seu pai nem mãe, é um total desconhecido com plenos poderes sobre você!!!
E os coleguinhas então, isso sim é de dar medo! Crianças podem ser bem assustadoras, pensem um pouco, porque filme de terror com criança dá tanto medo?
Quando você é um pouco mais velho, digamos, pré adolescente, vira uma espécie de "o dia de me gabar"
Vc chega na escola com sua mochila, material, roupas e tênis novos, e vira um show de "o meu é mais caro que o seu"!!!
Já na adolescência, é um momento incrível, um evento melhor que natal!!!
É como se fosse o primeiro dia do resto de sua vida, onde seus sonhos vão se realizar, onde o pinoquio enfim será um menino de verdade...
Os não populares acham que serão, os nerds que serão os queridinhos do professor, as bonitas que encontraram o homem de suas vidas, o bonitos que acharam a gostosa que vai transar sem querer compromisso, os feios que virarão cisnes, os espalhafatosos que terão platéia e os tímidos sonham simplesmente que terão voz!
O primeiro dia de aula também torna-se uma espécie de desfile de modas, de fofoquinhas e mentirinhas inocentes, que permitem que as férias de um não sejam menos importantes que as férias do outro.
Já quando se é um jovem adulto, ele perde essa importância toda, vira uma espécie de agora eu começo uma nova etapa de minha vida, estou apenas a um passo de me tornar adulto!
Nesse período o momento esperado é ver o nome na lista, aí vale tudo, cabelo raspado, cara pintada, camisa rasgada, até brincar de Mumm-Ra enrolado em papel higiênico no farol!!!
Passado isso, o jovem adulto incorpora o ser responsável, menos as sextas feiras, que é dia de cervejinha no bar da esquina!!!!
Eu tive momentos bastante interessantes na escola, tanto como aluna, como professora!
Meu primeiro dia de aula, o primeiro, pré-escola Dr Vital Brasil, bermudinha vermelha com elástico na coxa, camisa branca, tênis conga também vermelho e a bolsinha, no estilo saco, azul...
Infelizmente a única memória que tenho desse dia, é meu pai prendendo meu dedo na porta do carro...
Lembro-me de outros, como o da terceira série, por exemplo, e a minha mochila rosa cheia de jacarés (isso sim é traumatizante)
Na terceira série, fui estudar na escola onde minha mãe trabalhava, o que é péssimo para uma criança, imagine que a coitada não podia nem respirar,tamanho era o medo...
Agora pense em uma adolescente que tem a mãe trabalhando na mesma escola... como é que se mata aula? como é que se paquera? não dá nem pra aprontar!!!
Jamais faria isso com minhas filhas!!!
Mas o primeiro dia de aula, que eu me lembro com muita saudade, é o primeiro dia de aula do ensino médio, Colégio Rodolfo Pirani (que me importa se mudou o nome, tenho saudades dele assim)
Caminhando pra escola recém inaugurada, um bando de adolescentes com medo, mas cheios de esperanças... pra mim a escola cheirava ao meu fracasso, não passar na ETE foi muito ruim, mas aquele dia, aquela manhã, eu sentia que ali, naquele lugar eu viveria algo muito importante!
Foi quando acelerei meu passo pra encontrar um guri, que eu conhecia mais ou menos, mas também era um fracassado, assim como eu!
Depois de comentarmos nosso fracasso, observamos esperançosos aquela escola nova, e nem podíamos imaginar o que nos esperava e quantas coisas nos esperavam...
Achamos nossos nomes na lista... ele do Primeiro A e eu do Primeiro D, nos despedimos naquele momento, fomos de encontro ao nosso destino...
Mas esse se tornou efetivamente o primeiro dia de nossas vidas!
Aquele dia, aquela amizade, são responsáveis por muito do que sou hoje!


Sempre Assim

quarta-feira, 8 de junho de 2011

À luz de velas


Imagine-se em um mundo sem eletricidade, ou qualquer tipo de gerador de energia...
Imagine um mundo sem jogos de computador e vídeo game, sem televisão, radio, cinema...
Imagine um mundo sem internet, sem redes sociais, sem e-mail, sem mensagens instantâneas, você consegue imaginar esse mundo?
Pois é, hoje, eu não consigo!
Principalmente porque vivemos em um mundo, hoje, onde a grande maioria das relações ocorrem de maneira virtual... existem livros virtuais, flores virtuais, amigos virtuais, namoros virtuais, até sexo hoje em dia é virtual!!!
Mas há mais ou menos 23 anos atrás a minha realidade era outra, durou pouco, mas para a crianças que eu era, podia durar a eternidade, que eu juro, seria diversão atrás de diversão, vendo por esse lado, nem sempre fui o ser pessimista que sou hoje, onde será que isso começou? Bem assunto pra outro texto...
Lembro-me perfeitamente quando meu pai disse que precisávamos nos mudar e que iríamos para a chacara!
Vi no rosto de meus irmãos, adolescentes na época, a expressão de ódio e frustração!
Talvez se eu fosse adolescente, também seria uma estadia no inferno, mas como disse para a criança que eu era, aquilo virou uma expedição à selva!!!
Quando chegamos lá adentramos o casarão de madeira, parecia bastante sombrio, cada cômodo era gigante, podia ser dividido em dois e ainda assim teríamos cômodos enormes, a primeira coisa que minha irmã mais velha fez questão de ressaltar a todos foi:
"Não tem agua encanada!!! Não tem eletricidade!!!"
Sabe a expressão de ódio e frustração? Se transformou instantaneamente em pânico!!!
Meu pai logo os tranqüilizou, ou não!
"É por pouco tempo!"
Eu sinceramente não me lembro quanto tempo se passou, mas que foi sensacional, ah foi!!!
Devido a falta de agua encanada, precisávamos buscar agua na mina, pra tudo, para beber, cozinhar, lavar e até mesmo para o nosso banho... e essa era a parte mais interessante!
Meu pai fez uma espécie de caldeirão um um barril de ferro e todas as noites fazia uma fogueira para esquentarmos a agua, como disse, pra mim, era uma tremenda diversão, considerando que nessa fogueira, assávamos milho, batata doce, podíamos ficar em volta ouvindo as histórias de terror e os causos que meu pai e meus primos contavam...
A falta de eletricidade apesar de enlouquecer meus irmãos, fez a minha cabeça ser uma fonte inesgotável de brincadeiras, certa vez criei meu próprio programa infantil, "A borboleta Azul", não me perguntem porque, nem eu sei... enfim, lá estava eu, no palco, platéia lotada, borboleta (eu) cantando e fazendo coreografia, quando involuntariamente por alguma lei da física, joguei meu cabelo pra frente e dei um mortal, caindo com o bumbum no chão, naquele instante tudo desapareceu, o palco virou uma pedra grande, a platéia algumas vacas e cavalos e eu, voltei a ser Vilma, engoli minha vergonha e o choro e saí dali, acreditem, nunca mais voltei para aquele lugar...
Além dessa, outras que já citei, como o estômago do monstro!
Cheguei até a fazer armadilha pro Saddam Hussein, mas acho que nada na minha casa atrairia ele, a menos que tivesse interesse em comer a tapioca com coco do meu pai... talvez, se quisesse um pouco de leite ou coalhada... acho que não!!!
Pra mim, viver naquele lugar, sem eletricidade e com milhões de possibilidades, aguçou a minha criatividade, e só tenho a agradecer por esse curto período, posso dizer inclusive, que muitas das minhas preferências hoje, se deram graças àquela época, desde jantar a luz de velas até brincar de fazer bonecos de sombras na parede...
E sempre que a luz acaba a noite, a casa vira uma festa, acendemos velas, corremos pra sala, contamos histórias, cantamos, dançamos, nos divertimos a valer...
Mas uma hora o espetaculo acaba, as luzes se acendem e todos voltam a sua rotina habitual...


Dancing with my self

sexta-feira, 20 de maio de 2011

O dia mais especial do ano



Não me refiro à natal, ano novo, muito menos à páscoa, apesar de que gosto muito desses dias também!!!
Mas o dia mais especial do ano, e acredito que deveria ser assim pra toda e qualquer pessoa, é o dia de aniversário, afinal este é o dia em que abrimos os olhos pela primeira vez, ou não, depende da criança, Ceci abriu, Ellie não!
Deixa eu reformular, esse é o dia, onde, pela primeira vez, o ar gelado e humido do nosso mundo, entra pelas nossas narinas e invadem nosso pulmão, tal qual o sopro de vida que Prometeu deu nas narinas do primeiro homem, moldado do barro, por ele mesmo.
Nesse dia, somos recebidos, acolhidos e amados por uma mãe, que nos esperou ansiosa, por semanas, e que mesmo se sentiu a maior dor do mundo com um parto normal, ou se ainda está anestesiada com um imenso corte na barriga, nada importa, ela te recebe como um verdadeiro presente!
No dia que nasce um bebê, nasce com ele uma mãe!!!
Já com o pai a coisa é um pouco diferente, por mais presente e atencioso que ele seja, o bebê ainda é uma pessoa estranha que é colocada no colo dele, ele precisa se apaixonar por essa pessoa!!!
Por isso acho que o dia mais especial do ano deva ser comemorado junto com a mãe, afinal, estávamos juntas nesse dia e devemos comemorá-lo juntas!
O roteiro de dia especial ideal, pra mim começa com minha mãe me acordando bem cedo, com um beijo e um feliz aniversário bem adocicado, a lá mãe!
Depois saímos, vamos sempre ao mesmo lugar tomar café da manhã, pedimos um cappuccino e comemos tudo o que é proibido em dias normais!
Então vamos ao salão, fazemos cabelo, unhas etc...
Daí seguimos rumo aos meus lugares favoritos! Normalmente o trajeto é bem parecido, bairro da Liberdade, me abasteço de mangás, camisetas, bonecos e outras futilidades essenciais na minha vida, vamos até a galeria do rock, ver a cara da minha mãe entrando lá, não tem preço!!!
Finalizamos no Ibirapuera vendo a fonte o lago!
A noite a festa acontece... muitos telefonemas, mensagens, e as minhas pessoas amadas por perto, cantamos, rimos, conversamos e assim se acaba o dia perfeito!
Mas nem sempre foi assim, ou melhor... nem sempre é assim...
Acaba de vir a memória o primeiro aniversário de que me lembro, juro que não lembro da festa, lembro de pequenos fleshs do parabéns e de umas outras coisas, mas lembro-me do bolo!
Bolo sabor festa, nunca desvendei que sabor é esse, mas esse era o tradicional dos aniversários, recheado com goiabada, e coberto com suspiro feito de clara de ovos e açúcar, confeitado com uma bolinhas prateadas chamadas chumbinho, aquilo não tinha gosto de nada, mas deixava tudo tão bonitinho!!!
Na festa tinha tubaína, gelatina, e pão de forma com patê de sardinha e a memória mais clara que tenho, é de uma amiguinha minha, a Sandrinha, falando sobre a gelatina:

- Eu não quero comer isso não, desce pela goela que a gente nem vê!

Não me lembro de presente, não me lembro de mais nada, mas sei que foi um dia especial!

Desses 28 anos, apenas um não foi comemorado, foi o ano em que meus pais se separaram, ninguém se lembrou, acredito que nem mesmo eu...
Nesse período descobri que minha companheira de dias especiais, não gosta de dias especiais, pra ela são comuns, me entristeci... mas compreendo... ela infelizmente perdeu a capacidade de sonhar, e viver com os pés no chão e a cabeça no lugar, pode ser muito triste e dolorido...
Também me tornei companheira de dias especiais de duas pequenas rosas, e faço com elas tudo o que pode ser feito!
Desde os beijos melosos a lá mãe, até o passeio pro lugar favorito com bolo e brigadeiro no fim do dia

E depois que minha pequena Ceci nasceu, eles são comemorados de uma forma diferente, esse ultimo então nem se fala!!!
Meu presente: Cecília com 38,5 de febre e passando muito mal!!!
Mas mesmo com esse problema o dia não pode ter sido melhor, ganhei presentes que jamais imaginei receber um dia, presentes que não se compram, que não tem preço, mas que são guardados no coração a vida toda!
Afinal é pra isso que os dias especiais foram feitos, pra que o dono desse dia recarregue suas baterias, pra que ele seja tão amado e querido, como foi no primeiro dia, pra que os seus demonstrem esse amor que sentem... não é um presente, uma festa, não são coisas materiais, tudo é uma questão de sentimento, é isso que torna esse dia especial, o que torna o meu dia 29 de abril, especial!!!



Happy birthday to you

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Muleque macho


Pois é...
Apesar de nascer em uma casa com dois irmãos homens, meu pai nunca foi fã de meninas, por ele, acreditem, seus cinco filhos teriam sido meninos, e um mais macho que o outro!
O problema é colocar na cabeça de uma criança que cresceu sendo o moleque macho do pai, que ela é uma menina moça, complicado, né?
Mas apesar desse carinhoso apelido, nunca fui tratada como o tal, era sim, "a menininha do papai", apesar de não entender bem o que isso queria dizer!
Só sabia que apesar de ser um "moleque" eu não podia brincar com outros meninos, não podia falar e se possível nunca chegar perto um! Podia brincar com meninas, de boneca de casinha, de escolinha, essas coisas típicas das pequenas...
Mas é ai que começa o nó!
Como meus irmãos eram mais velhos eu acreditava que a diferença estava entre nossas idades e não no que éramos, afinal... éramos todos machos!
Já com meus primos e os outros meninos que frequentavam a minha casa, não existia essa diferença de idade, mas havia um diferença, não éramos iguais!!!
Eu tinha cabelos compridos, eles cabelos curtos...
Era isso... mais nada!!!
Tá... eles gostavam de changeman
e jiraya
e eu de muppet babies
e cavalo de fogo
Também tinha o gosto por brinquedos, mas e dai que eu queria a menina flor
enquanto meu primo um comandos em ação?

Na hora de brincar de pega-pega e esconde-esconde era todo mundo igual.De lutinha então, nem se fala, todo mundo terminava arrebentado, chorando e correndo para o colo da mãe!
Pensando bem... éramos iguais sim!
Pensávamos igual, brincávamos igual, comíamos igual, dormíamos igual, chorávamos igual!
Logo eu era um moleque!!!
Até o dia em que, a contragosto de meu pai, os filhos de um amigo dele estavam em casa, o garoto mais velho e eu devíamos ter a mesma idade por volta de 5 anos e o pequeno tinha uns 2 aninhos, por ai! Estávamos brincando de bolo de lama e nossa agua tinha acabado, nossos bolinhos estavam ficando duros e eu peguei um baldinho e disse:
- Guga, vou na mina pegar agua!
E ele disse:
- Não precisa, o Tê, arranja pra gente!
Imediatamente o pequenino abaixou as calças e fez um bocado de xixi na terra!
E eu finalmente vi a tal diferença, o motivo pelo qual meu pai não queria que eu brincasse com os outros meninos, o que me fazia ser um "moleque macho" menina!
É... eu vi... vi que os meninos são uns nojentos!
Quem ia querer brincar com lama feita de xixi!!!
Fui embora indignada e durante um bom tempo não quis mais brincar com meninos, para a felicidade de meu pai!!!
Até então... eu só era um menino diferente, eu tinha mais nojo que os outros!
Não conseguia entender o que me fazia um moleque macho, que não era menino e se parecia com menina!
Com o passar de alguns anos, comecei a perceber outras pequenas diferenças, como por exemplo: existia banheiro de menino e banheiro de menina, e eu tinha que usar o de meninas, o balé, eu usava colants e os meninos usavam malha...
E depois de muito pensar, cheguei a conclusão que essa história de ter um terceiro gênero não existia, ou se é menino, ou se é menina, e como eu não gostava de jiraya, G.I.Joe e lama de xixi, não podia usar malha nem o banheiro masculino, logo, eu era uma menina!!!
Descoberta sensacional!!!
Hoje tenho duas meninas! E Ceci é uma menina tão menina, que dá até raiva! Nunca fiz questão de apontar essa diferença a ela, mas ela faz questão de ressaltar:

"Não quero essa roupa, é de menino!", "Não quero esse filme, é de menino!"
E quando brinca com os meninos, brinca de mônica e cebolinha, afinal, carrinho são de meninos e bonecas são de meninas!!!

Resumindo, acho que a modernidade fez um favor ao meu pai, colocou cada qual no seu quadrado, com o objetivo de que não interajam se não for necessário!!!

E só pra constar, meu pai ainda me chama de moleque macho... mas sabe que eu acho que ele tem razão... afinal...quem abre o pote de palmito e fuça o encanamento e a instalação elétrica sou eu!!!

Mas pra mim ainda somos todos iguais a diferença é que os homens são mais frageis!!!


pagu

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Ufa... Retomada!


Quanto tempo sem escrever!
Na verdade... acho que eu queria desistir, mas tem algo dentro de mim que fala mais alto do que meus pensamentos!

É uma necessidade absurda de falar, de escrever, de contar de alguma forma minhas histórias...
Então acho que essa é a grande retomada!
Muitas coisas aconteceram nesse meio tempo, muitas novas histórias foram acrescentadas ao meu imenso livro de lendas pessoais, mas essas ficam pra depois!

Estavamos no meio de uma procura, na verdade, minha procura, minha necessidade de descobrir que eu sou!
Pois eu sei coisas simples,de onde eu vim, meu nome, meus Hobbes, minha personalidade, dentre outras coisas pequenas, aqui, eu estou em busca de algo maior, em busca dessa resposta que pra mim ainda é a maior incógnita da minha vida!



Antes que seja tarde