quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Agora eu era...


Gosto de sempre de lembrar as minha brincadeiras de infância, elas eram bem diferentes das que vejo hoje, claro que os tempos eram outros, não existia essa tecnologia, e tínhamos que nos virar como podíamos!
Também tem o fato de eu ter passado uma parte da minha infância vivendo em uma chácara, a qual demorou um tempo pra ter energia elétrica e não tínhamos agua encanada, minha mãe e meus irmãos traziam agua de uma mina! Tenho lembranças muito boas desse lugar, apesar nem todos terem lembranças boas de lá, acho que eu via com os olhos de criança, a criança que eu era, e isso tornou a minha estadia nesse lugar melhor do que a dos outros!
Eu era a única criança da casa e precisava brincar sozinha, pois a amiguinha mas próxima, morava longe e meu pai não deixava que saíssemos sem que ele mandasse, mas essa "solidão" me trouxe benefícios muito bons... Imaginação é o que nunca me faltou!!!
Desde pequena eu sempre criava personagem e inventava lugares secretos e especiais!
Lembro-me de ter criado uma espiã, e eu me sentia imaginava de sobretudo marron, com óculos escuros e chapéu (meio inspetor bugiganga) amava esse desenho imaginava as missões e as cumpria...
As vezes me sentia como Indiana Jones, e procurava relíquias perdidas!
Meu pai sempre me levava junto com ele, quando ele ia buscar capim no meio do mato, ele dizia que lá era a cidade dos urubus, vocês podem imaginar o lugar, mas eu o via assim legal, <span class=e lá eu me sentia a própria exploradora e sempre trazia pra casa grandes tesouros!!!
Mas a minha favorita era imaginar que estava dentro do estômago de um monstro e precisava arranjar um meio de fugir, só pra constar o estômago do monstro era o curral das vacas, imaginem de que cor a criança saia !!!

Eu juro que me divertia muito mais do qualquer criança pode se divertir com jogos de vídeo games, porque a minha maneira, eu vivia tudo isso, eu não estava sentada no meu sofá, mexendo apenas os meus dedos, eu corria, me sujava, me quebrava e me divertia!!!
Quando o dia acabava, eu estava exausta, afinal de contas, não é fácil, ser espião, explorador, arqueólogo e super herói num dia só!!! Nem o Jack Bauer consegue rsrsr

Infelizmente as crianças que eu conheço perderam essa capacidade de criar, de se colocar em situações extraordinárias, de se sentirem super, eu me arriscaria inclusive a dizer que elas perderam grande parte de sua capacidade de sonhar!
E eu fico pensando na minha filha, fico observando ela brincar e vejo ela criar suas próprias histórias e conversar com seus brinquedos e me pergunto: "Como manter isso? e Até quando isso vai durar?, Como é que faço pra estimular isso?"
Acho que vou trancar ela no quarto mais alto da torre mais alta, será que resolve????

Eu ainda sou a abelhinha

Ainda Lembro...


Pouco me lembro de minha primeira infância,acho que são poucas as pessoas que tem muitas memórias desses tempos, eu mesmo me lembro de coisas tão pequeninas, que muitas vezes não fazem muito sentido, são apenas recortes dentro uma enorme caixa de lembranças!
As vezes minha mãe me esclarece alguns fatos que minha memória simplesmente fez o favor de não registrar, sempre me pergunto o porque, porque não nos lembramos de coisas importantes e não conseguimos esquecer de coisas fúteis? Tenho memórias que eu faria muito pra esquecer, mas que sempre me atormentam, principalmente em noites frias e tristes, e por menos que eu as queira ouvir, elas berram em meus ouvidos e se fazem tão nítidas que chegam a me assustar!
Em compensação, existem cenas de brincadeiras e de outros momentos que ouço meus primos,amigos e irmãos contarem, mas que nem me lembro de tê-las vivido, parece que estive desligada exatamente nesse minuto,que pra eles parecem tão importantes e minha câmera/memória, por algum motivo oculto no meu lado negro não quis registrar!

A primeira memória que tenho de minha infância é de estar ao lado de minha mãe em volta de algo, que eu não conseguia ver, pois era muito pequenina, e quando olhei pra cima, vi minha mãe chorar! Lembro-me de dizer "Mãe porque você tá chorando?"

Depois disso é como se tivessem desligado, não me lembro de mais nada! Sei que esse era o velório de minha avô materna, porque minha mãe me disse, mas ela também disse que não chorou!
E aí eu fico me perguntando, somos capazes de distorcer uma memória, a ponto de acreditar que aquela distorção realmente aconteceu, e nos lembrarmos apenas de como queríamos que tivesse acontecido,ao invés de lembrar exatamente o que aconteceu?
Bem não sei se queria ver minha mãe chorar, mas... que eu me lembro eu me lembro!

Lembro-me também do meu primeiro meio de transporte, um tico-ticoPrimeio meio de locomoção Não me lembro como ganhei, não me lembro quando ganhei, nem mesmo quem me deu, todas as informações que eu tenho sobre esses fatos vem da minha mãe, (é vocês vão ouvir falar muito da minha mãe, não que meu pai não tenha uma boa memória, mas ele tem o péssimo habito de distorcer as lembranças e acreditar que aconteceram como ele se lembra, o que dificulta um pouco as coisas).
A memória que tenho é de dar a volta na mesa da cozinha com o tico-tico, lembro da dificuldade que eu tinha com pedais! ( isso me causou certo trauma, nunca consegui usar pedais)

Depois a cena se apaga e me vem memória de anos depois, onde as memórias começam a ser mais regulares!

Começo a acreditar que nossa memória e uma espécie de chip, que se expande de acordo com a idade, quando mais melhor maior capacidade de armazenamento! Será por isso que não nos lembramos de coisas do útero ou dos primeiros anos de vida?
Pensando bem, é até melhor que seja assim, imaginem vocês se pudéssemos lembrar do nosso parto! Seria traumatizante!

Eu confesso que gostaria de me lembrar de outras coisas, mas tenho a sorte de ter que se lembre por mim, tenho a sorte de que meus momentos tenham se tornado inesquecíveis pra algumas pessoas, mesmo que eles sejam motivo de me ridicularizarem nas festas de Natal, eu me sinto feliz!
Feliz por eles me contarem, do da em que caí dentro do vaso sanitário,ou da única palmada que levei em minha vida, ou de como eram meus cabelos, e do maravilhoso vestido azul que minha mãe comprou com seu próprio dinheiro, sou até capaz de recriar esses momentos em minha cabeça e eles ficam vivos dentro de mim, como um "remake" dos meus momentos!
Momentos esses que fazem parte da minha lenda pessoal e não me deixa esquecer e ter uma pista de quem eu sou!

Remember the time

Eu Sou


Um dia alguém me perguntou : " Quem é você" e eu disse de prontidão : " Sou Vilma"!
E essa pessoa insistiu: " Não perguntei seu nome, perguntei quem é você?", sorri gentilmente e disse : " Bem, eu sou timida, apesar de gostar de falar bastante, mas só me solto com quem eu conheço, adoro minha familia e meus amigos, sou aquela típica amiga conselheira que passa horas ouvindo os amigos e sempre tem uma palavra de consolo, sou pau pra toda obra, precisando de mim sempre estou pronta pra ajudar!"
Ela sorriu calmamente e disse : " Agora eu sei seu nome, traços de sua personalidade, mas ainda não sei quem é você!"
Eu fiquei bastante confusa perante a essa afirmação! Pois apesar dos meus 27 anos, nunca tinha efetivamente pensado em quem eu sou!
Sempre me contentei com essas respostas pra tal pergunta, ou dizia meu nome, ou falava sobre minha personalidade, sobre minhas aspirações, sobre meu hobbies...
Mas depois disse sempre venho me perguntando: "Quem sou eu?'
Cheguei a muitas conclusões que só me trouxeram ainda mais confusão, então eu decidi assumir por tempo indeterminado: "EU NÃO SEI QUEM SOU!"
E aqui pretendo colocar as minhas idéias, lendas pessoais e lembranças em ordem, pra que quem assim eu consiga responder a essa pergunta tão simples, mas que exige um auto-conhecimento que eu não possuo!

Convido-os a adentrarem o meu mundo, nem todas as histórias aqui relatadas realmente aconteceram, muitas são lembraças reais, outras são escritas como eu gostaria que tivessem acontecido, mas sendo ou não, pra mim, todas são verdadeiras, e em algum momento elas existiram, mesmo que somente em meus sonhos!
Bem vindos
Boa Leitura

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